E construí cada degrau com cuidado e afinco, poli todas as superfícies e as lustrei, com o cuidado de um artesão. Ah! que trabalho prazeroso! Desenhar pouco a pouco aquela escadaria que me levaria ao que me é essencial.
Nenhuma falha, ou acúmulo de tensões, apenas brilho, beleza... A escada estava pronta, bastava subir.
Passo a passo, lentamente meus pés subiram aquela bela estrutura, passo a passo me levando a patamares mais altos, passo a passo abrindo um sorriso em meu rosto, inesquecível.
Leva-me às alturas, me faz olhar para baixo e nada ver. Consigo apenas olhar para cima, e para os muitos degraus que me chamam.
Qual não é minha surpresa, quando num passo em falso escorrego, e sinto aquela escadaria tremer... tremo junto.
Degrau por degrau, vejo o começo da escada ruir, e corro desesperadamente para o fim, sem perceber que meus pés, cheios de lama, sujam agora toda a escadaria com tanto esforço construída, com tanto esmero polida, e com tanto amor lustrada.
Corro pois não posso cair. Caio pois não sei correr.
Basta agora parar e olhar de frente cada degrau desmoronar, esperando que talvez o pouco que sobre me permita ainda escalar, dolorosa e cegamente, traçando novamente aquele tortuoso porém belo caminho.
Boa, engenheiro!
domingo, 8 de fevereiro de 2009
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