A sala vazia, o copo vazio, mente vazia.
Perder tanto em tão pouco tempo é algo dificil de se explicar... é dificil explicar o que se sente quando chegar em casa e sair de casa, dormir e acordar, noite e dia se tornam a mesma coisa...
É dificil explicar algo que não se pode sentir... pois na verdade é justamente isso, ausência de sentimento. Na ausência de sentimento... tudo vira cinza, as cores se vão, e junto com elas, as diferenças. São as cores que criam as diferenças.
Num mundo onde tudo é cinza... não há vida e morte, dor e prazer, música e silêncio... tudo é indiferença.
Na indiferença me perco, não me importa mais se meu dia terá uma hora de prazer que será lembrada para sempre, ou 24h de sofrimento que se perderão na alvorada, só é preciso que se caminhe, sem esperar por nada, ou ninguem.
Não há mais Verde, Azul ou Cor de Mel.
Restam apenas cinzas.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Verde, azul, cor de mel.
E ele caminhava pelas ruas vazias daquela enorme cidade cardíaca. Tanto sangue ali derramado o assustava, mal sabia ele quantas batalhas haviam sido travadas.
O suor lhe escorria a face, quente, ignorando o cortar gélido do incessante vento que assombrava aquela aconchegante cidadezinha. Havia, porém, uma casa dentre todas, uma bela mansão, por onde o vento não ousava passar, desviando seu curso de forma abrupta. A passos curiosos moveu-se, buscando descobrir afinal o que poupava aquele imóvel, dentre todos os daquele vilarejo, de sofrer nas mãos do frio.
Seus pés manchados de sangue estranhamente não sujavam o chão em lugares onde ja não houvesse outrora o rubro líquido, e mesmo um tanto confuso, caminhou decididademente por aquele beco estreito.
Chegara à porta da mansão.
Hesitou por alguns instantes. Olhou para trás, e pôde ver apenas as paredes de um cubículo, no qual se encontrava. Paredes, teto, chão, todos pulsavam, e fechavam-se aos poucos, forçando-o a abrir aquela única porta a sua frente.
Girou lentamente a maçaneta e, olhos fechados, atravessou aquele portal. Sentiu um calor inexplicável, aconchegante calor. Uma voz o chamava. Abriu os olhos.
Verde.
Azul.
Cor de mel.
E desapareceu, então, naquele infinito de sensações.
O suor lhe escorria a face, quente, ignorando o cortar gélido do incessante vento que assombrava aquela aconchegante cidadezinha. Havia, porém, uma casa dentre todas, uma bela mansão, por onde o vento não ousava passar, desviando seu curso de forma abrupta. A passos curiosos moveu-se, buscando descobrir afinal o que poupava aquele imóvel, dentre todos os daquele vilarejo, de sofrer nas mãos do frio.
Seus pés manchados de sangue estranhamente não sujavam o chão em lugares onde ja não houvesse outrora o rubro líquido, e mesmo um tanto confuso, caminhou decididademente por aquele beco estreito.
Chegara à porta da mansão.
Hesitou por alguns instantes. Olhou para trás, e pôde ver apenas as paredes de um cubículo, no qual se encontrava. Paredes, teto, chão, todos pulsavam, e fechavam-se aos poucos, forçando-o a abrir aquela única porta a sua frente.
Girou lentamente a maçaneta e, olhos fechados, atravessou aquele portal. Sentiu um calor inexplicável, aconchegante calor. Uma voz o chamava. Abriu os olhos.
Verde.
Azul.
Cor de mel.
E desapareceu, então, naquele infinito de sensações.
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