E sem beira, caíram os cereais, as pedras, as pessoas, os atores, os pastores, os amores.
Junto ao peito, fez com que tudo por terra caísse.
Por não ter limites, atingiu a todos, tingiu a todos, tangente a tolos.
Mad Eira made Ira.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
terça-feira, 7 de julho de 2009
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Passe, tempo.
Sem meias palavras, ou dois significados.
Passe tempo, rápido. Não hesite em levar-me, dessa vez.
Gire mundo, duas vezes, como se fosse uma.
Confuso passatempo, rápido. Hesito em levar-te, dessa vez.
Gire mundo, uma vez, como se fossem um.
Passe tempo, dessa vez. Não hesite em girar o mundo, rápido.
Como se fosse uma, passe.
Como se fossem um... tempo.
Passe tempo, rápido. Não hesite em levar-me, dessa vez.
Gire mundo, duas vezes, como se fosse uma.
Confuso passatempo, rápido. Hesito em levar-te, dessa vez.
Gire mundo, uma vez, como se fossem um.
Passe tempo, dessa vez. Não hesite em girar o mundo, rápido.
Como se fosse uma, passe.
Como se fossem um... tempo.
domingo, 21 de junho de 2009
Passatempo. [2]
E por hoje, amar-te me basta.
Sinto que abrir-te a boca agora seria permitir que ambas entrassem em meus ouvidos como uma, e sinto que teus lábios permanecem cerrados, e teus dedos estáticos, por saberem que proferí-las seria transformar o desconhecido íntimo em íntimo desconhecido.
Sinto que abrir-te a boca agora seria permitir que ambas entrassem em meus ouvidos como uma, e sinto que teus lábios permanecem cerrados, e teus dedos estáticos, por saberem que proferí-las seria transformar o desconhecido íntimo em íntimo desconhecido.
Passatempo.
As horas passavam rapidamente. Parece que quando fazemos algo bom, o tempo passa tão rápido, como que para nos privar de aproveitar ao máximo aquilo que nos traz prazer. E assim ele se encontrava, no auge do prazer. O suor, os lábios, o toque, as fragrâncias, desconhecidos íntimos de seus lábios e mãos. As horas passavam rapidamente, avisando que seu tempo estava acabando, e assim cortava a câmera para a próxima cena. Na porta de saída, mãos lavadas, corpo limpo, roupas vestidas.
Os passos passavam mais que rapidamente, e desejou que por um minuto, um minuto durasse mais. Girou a chave e a maçaneta como se fossem uma só, por mais que agora fossem duas. Havia chegado a tempo.
Sentou-se à mesa, e pôs-se a ler uma revista. A maçaneta por fim girou como uma e, como uma, entraram as duas. A mentira havia sido descoberta, disseram. Quebraram-se copos e corações, e agora haviam apenas o homem, a chave, e a maçaneta. Sozinho, ele olha pela janela, confuso e feliz, por em verdade nunca ter mentido, ao menos não para si próprio.
Os passos passavam mais que rapidamente, e desejou que por um minuto, um minuto durasse mais. Girou a chave e a maçaneta como se fossem uma só, por mais que agora fossem duas. Havia chegado a tempo.
Sentou-se à mesa, e pôs-se a ler uma revista. A maçaneta por fim girou como uma e, como uma, entraram as duas. A mentira havia sido descoberta, disseram. Quebraram-se copos e corações, e agora haviam apenas o homem, a chave, e a maçaneta. Sozinho, ele olha pela janela, confuso e feliz, por em verdade nunca ter mentido, ao menos não para si próprio.
domingo, 31 de maio de 2009
Red scarf.
Uma confusão de amarelo, azul, cinza, branco, cor de pele, rubra.
O calor que se esconde na derme que me cobre, sintética. E a ponta de meu nariz que me diz que lá fora, ao menos lá, há espaço para o frio.
Um olhar, um afago, um passeio. Nenhum destino, atalho, ou fim, apenas meios e o vento que sopra de dentro, quente.
Provocação. Um sorriso.
Uma enchurrada de sons, frases, beleza e dor, risadas e lágrimas.
Um olhar. Um beijo.
As luzes da cidade. O barulho dos carros.
O silêncio.
É hora de dormir, e sonhar. Ou deveria eu dizer, "de acordar novamente"?
O calor que se esconde na derme que me cobre, sintética. E a ponta de meu nariz que me diz que lá fora, ao menos lá, há espaço para o frio.
Um olhar, um afago, um passeio. Nenhum destino, atalho, ou fim, apenas meios e o vento que sopra de dentro, quente.
Provocação. Um sorriso.
Uma enchurrada de sons, frases, beleza e dor, risadas e lágrimas.
Um olhar. Um beijo.
As luzes da cidade. O barulho dos carros.
O silêncio.
É hora de dormir, e sonhar. Ou deveria eu dizer, "de acordar novamente"?
domingo, 24 de maio de 2009
The Last Goodbye
Certas palavras morrem conosco, outras esperam que a morte venha, para se pronunciar.
Não é hora, até que não existam mais horas, dores ou voz, só então estas palavras serão vivas, para aqueles que não foram.
Não é hora, até que não existam mais horas, dores ou voz, só então estas palavras serão vivas, para aqueles que não foram.
quinta-feira, 19 de março de 2009
Pat.
I was trying to find Something To Remind You, thinking about All The Things You Are...
Had the Roots Of Coincidence lead me to you? If I Could just understand...
You know that was The Longest Summer I ever lived, and that The Search for answers created a way Into The Light...
Now all I wanted is for you to Follow Me, See The World... or just come with me, Always And Forever in memory...
Someday I'll have to go, but I'll be there, Every Summer Night... watching the stars, and singing that song...
In a Message To A Friend, the following words...
"Are You Going With Me?"
I'm taking the Last Train Home.
Had the Roots Of Coincidence lead me to you? If I Could just understand...
You know that was The Longest Summer I ever lived, and that The Search for answers created a way Into The Light...
Now all I wanted is for you to Follow Me, See The World... or just come with me, Always And Forever in memory...
Someday I'll have to go, but I'll be there, Every Summer Night... watching the stars, and singing that song...
In a Message To A Friend, the following words...
"Are You Going With Me?"
I'm taking the Last Train Home.
segunda-feira, 2 de março de 2009
Haja tempo.
É tempo de trocar as conversas pelos pensamentos, os olhares pelas lembranças, o sorriso pela seriedade, a vontade pela necessidade, a música pelo silêncio.
É tempo de refletir e de crescer, brindar à saudade. É tempo de esquecer.
Esquecer que é tempo de ausência, e ver nesta o tempo que ainda não veio, que espera que não se perca o passo neste tempo torto, que se ande reto sobre descompassos, intervalos grandes para pernas pequenas, cada vez mais desejando parar.
Parar não é opção, infelizmente.
É tempo de refletir e de crescer, brindar à saudade. É tempo de esquecer.
Esquecer que é tempo de ausência, e ver nesta o tempo que ainda não veio, que espera que não se perca o passo neste tempo torto, que se ande reto sobre descompassos, intervalos grandes para pernas pequenas, cada vez mais desejando parar.
Parar não é opção, infelizmente.
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Todo dia.
Afinal, somos todos criadores...
Olho para a folha de papel em minhas mãos, vazia. Tento em vão escrever meia duzia de letras organizadas, mas após horas fitando aquelas linhas azul-claras sem preenchimento, acabo por desistir.
"É, talvez eu não consiga mais criar"
Dois segundos. É o tempo que demoro para esbofetear-me mentalmente por tais palavras.
Crio todo dia. Criamos todo dia. Segurando o papel vazio percebo que este por si só é uma criação minha. Olho-me no espelho e percebo que sou minha própria criação. As cores, os sons, os gostos, texturas, cheiros... criei tudo isso, meu mundo.
Paro e penso. Se criei tudo isso, por que não teria criado a vocês? A eles, a ti, a nós. Em meu mundo, são vocês aquilo que eu criei, aquele amontoado de partículas perdidas no universo, que em minha cabeça organizei de forma a percebê-los como um ou outro ser, cada qual com sua importância neste meu mundo que mesmo sendo uma visão egoísta, está em harmonia com o mundo que vocês criaram.
Harmonia, é isso. Pego o violão e vejo as cores, ouço os sons, sinto os gostos, texturas, cheiros que criei. Entendo agora que na verdade, aquilo que meus dedos e cordas vocais expressam não são criações minhas neste mundo, e sim reflexões do mundo que criei.
Levanto-me, vou à janela e a luz me abraça. É isso, a prova de que precisava! Não há luminosidade alguma dentro de minha cabeça, ainda assim, meu cérebro criou do escuro esse mundo brilhante e cheio de vida.
Sento-me por fim em minha cama, olho para meus livros, e de longe avisto um no qual vi a frase que carrego comigo todo santo dia, e que me fez começar a procurar entender esse mundo que fiz.
"No fundo, todos nós inventamos o ser que amamos, e é uma questão de sorte esse ser que julgamos ter inventado existir de verdade e nos amar também, e nos ter inventado, como, de fato, eu continuo inventando você todo santo dia, para que não se apague, para que não se precipite no abismo do nada, onde as vozes não têm som."
E assim dormi tranquilo, sabendo que amanhã poderia acordar para o mundo que eu criei, e que sim, talvez o mundo possa ser como eu quero que seja, basta que nossos mundos, notas separadas, criem afinal aquela bela harmonia, e preencham a folha de papel vazia em minhas mãos.
Olho para a folha de papel em minhas mãos, vazia. Tento em vão escrever meia duzia de letras organizadas, mas após horas fitando aquelas linhas azul-claras sem preenchimento, acabo por desistir.
"É, talvez eu não consiga mais criar"
Dois segundos. É o tempo que demoro para esbofetear-me mentalmente por tais palavras.
Crio todo dia. Criamos todo dia. Segurando o papel vazio percebo que este por si só é uma criação minha. Olho-me no espelho e percebo que sou minha própria criação. As cores, os sons, os gostos, texturas, cheiros... criei tudo isso, meu mundo.
Paro e penso. Se criei tudo isso, por que não teria criado a vocês? A eles, a ti, a nós. Em meu mundo, são vocês aquilo que eu criei, aquele amontoado de partículas perdidas no universo, que em minha cabeça organizei de forma a percebê-los como um ou outro ser, cada qual com sua importância neste meu mundo que mesmo sendo uma visão egoísta, está em harmonia com o mundo que vocês criaram.
Harmonia, é isso. Pego o violão e vejo as cores, ouço os sons, sinto os gostos, texturas, cheiros que criei. Entendo agora que na verdade, aquilo que meus dedos e cordas vocais expressam não são criações minhas neste mundo, e sim reflexões do mundo que criei.
Levanto-me, vou à janela e a luz me abraça. É isso, a prova de que precisava! Não há luminosidade alguma dentro de minha cabeça, ainda assim, meu cérebro criou do escuro esse mundo brilhante e cheio de vida.
Sento-me por fim em minha cama, olho para meus livros, e de longe avisto um no qual vi a frase que carrego comigo todo santo dia, e que me fez começar a procurar entender esse mundo que fiz.
"No fundo, todos nós inventamos o ser que amamos, e é uma questão de sorte esse ser que julgamos ter inventado existir de verdade e nos amar também, e nos ter inventado, como, de fato, eu continuo inventando você todo santo dia, para que não se apague, para que não se precipite no abismo do nada, onde as vozes não têm som."
E assim dormi tranquilo, sabendo que amanhã poderia acordar para o mundo que eu criei, e que sim, talvez o mundo possa ser como eu quero que seja, basta que nossos mundos, notas separadas, criem afinal aquela bela harmonia, e preencham a folha de papel vazia em minhas mãos.
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Escadarias [2]
E construí cada degrau com cuidado e afinco, poli todas as superfícies e as lustrei, com o cuidado de um artesão. Ah! que trabalho prazeroso! Desenhar pouco a pouco aquela escadaria que me levaria ao que me é essencial.
Nenhuma falha, ou acúmulo de tensões, apenas brilho, beleza... A escada estava pronta, bastava subir.
Passo a passo, lentamente meus pés subiram aquela bela estrutura, passo a passo me levando a patamares mais altos, passo a passo abrindo um sorriso em meu rosto, inesquecível.
Leva-me às alturas, me faz olhar para baixo e nada ver. Consigo apenas olhar para cima, e para os muitos degraus que me chamam.
Qual não é minha surpresa, quando num passo em falso escorrego, e sinto aquela escadaria tremer... tremo junto.
Degrau por degrau, vejo o começo da escada ruir, e corro desesperadamente para o fim, sem perceber que meus pés, cheios de lama, sujam agora toda a escadaria com tanto esforço construída, com tanto esmero polida, e com tanto amor lustrada.
Corro pois não posso cair. Caio pois não sei correr.
Basta agora parar e olhar de frente cada degrau desmoronar, esperando que talvez o pouco que sobre me permita ainda escalar, dolorosa e cegamente, traçando novamente aquele tortuoso porém belo caminho.
Boa, engenheiro!
Nenhuma falha, ou acúmulo de tensões, apenas brilho, beleza... A escada estava pronta, bastava subir.
Passo a passo, lentamente meus pés subiram aquela bela estrutura, passo a passo me levando a patamares mais altos, passo a passo abrindo um sorriso em meu rosto, inesquecível.
Leva-me às alturas, me faz olhar para baixo e nada ver. Consigo apenas olhar para cima, e para os muitos degraus que me chamam.
Qual não é minha surpresa, quando num passo em falso escorrego, e sinto aquela escadaria tremer... tremo junto.
Degrau por degrau, vejo o começo da escada ruir, e corro desesperadamente para o fim, sem perceber que meus pés, cheios de lama, sujam agora toda a escadaria com tanto esforço construída, com tanto esmero polida, e com tanto amor lustrada.
Corro pois não posso cair. Caio pois não sei correr.
Basta agora parar e olhar de frente cada degrau desmoronar, esperando que talvez o pouco que sobre me permita ainda escalar, dolorosa e cegamente, traçando novamente aquele tortuoso porém belo caminho.
Boa, engenheiro!
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